quinta-feira, 25 de outubro de 2007

OS MAIORES SAMBAS-ENREDO DE TODOS OS TEMPOS - Vol. 2


1 - Alô... Alô... Taí Carmen Miranda - Elis Regina
(Maneco, Wilson Diabo, Heitor)
2 - Seca Do Nordeste - Ivan Lins
(Waldir de Oliveira, Gilberto Andrade)
3 - Escravidão - Tobias
(Altamiro Tobias de Andrade)
4 - Os Mártires Da Independência - Cláudia Regina
(Noel Rosa, Anescar)
5 - Mangueira, Minha Querida Madrinha - Jair Rodrigues
(Zuzuca)
6 - Cinco Grandes Bailes Na História Do Rio - Trio Mocotó
(Silas de Oliveira, Ivone dos Santos, Bacalhau)
7 - Vale Do São Francisco - Claudette Soares
(Cartola, Carlos Cachaça)
8 - Ilú Ayê (Terra Da Vida) - MPB-4
(Cabana, Norival Reis)
9 - Bahia, Berço Do Brasil - Jorge Ben
(Baianinho)
10 - Sublime Pergaminho - Nara Leão
(Zeca Melodia, Nilton Russo, Carlinhos Madrugada)
11 - Rio Grande Do Sul Na Festa Do Preto Forro - Wilson Simonal
(Nilo Mendes, Dario Marciano)
12 - Rio, Carnaval dos Carnavais - Abílio Martins
(Pandeirinho, Nilton Russo, Moacyr)

Direção de Produção : Roberto Menescal
Direção de Esteudio : Paulo Tapajós, Elton Medeiros, Mazola
Gravadora : Philips - Phonogram


Carnaval, doce ilusão, dê-me um pouco de magia, de perfume e fantasia e também de sedução. Assim começa o samba-enredo "Cinco Grandes Bailes Na História Do Rio", gravado pelo Trio Mocotó para esta coletânea de 1972. Por causa dessa música resolvi colocar o disco no blog. Para mim é uma das gravações mais bonitas do Trio Mocotó e principalmente de Fritz cantando. Há pouco tempo, vi que o Caetano Veloso regravou esse samba-enredo e a referência foi, sem dúvida, essa versão do Mocotó. O enredo do samba propriamente dito, faz referência à cinco bailes de diferentes épocas para contar a história do Rio de Janeiro. O primeiro, seria o aniversário de vinte anos de fundação, o segundo ao se tornar capital do Império, o terceiro a coroação de Pedro I, o quarto a independência e finalmente, o quinto e último baile com a proclamação da república.

É bom lembrar que samba-enredo não tinha refrão, bem ao contrário de hoje em dia, e que os autores são Silas de Oliveira, Ivone dos Santos e Bacalhau. Silas é até hoje considerado o maior compositor de sambas-enredo e junto com Mano Décio da Viola foi uma das figuras mais importantes do Império Serrano. E o Império nessa época era o bicho-papão do carnaval. Tendo feito seu primeiro desfile só em 1948 (o primeiro oficial foi em 1933), a escola foi uma das grandes inovadoras dos desfiles, sendo a primeira a se organizar em alas que representavam elementos do enredo, introduzindo instrumentos como a frigideira, o prato de bateria e chegando até a desfilar com tímpanos nos anos setenta. De 1948 à 1974, ganhou oito campeonatos e nunca chegou abaixo da quarta colocação.

Acompanhando o Mocotó, o produtor da coletânea, Roberto Menescal dá uma mostra da sua categoria fazendo o violão, o baixo e um econômico arranjo de cordas. Esses detalhes, sabemos graças à memória de João Parahyba, pois nessa época ainda era raro os discos saírem com a ficha técnica de cada música. Nesse caso, os compositores de cada samba e os intérpretes estão bem identificados, mas faltou o acompanhamento dos intérpretes. Outra coisa que faz falta, passados mais de trinta anos, é a escola de samba que levou o enredo para a avenida. Dá pra saber algumas pelo título da música, pela letra ou pelos compositores, mas não dá pra identificar todas.

O disco como um todo é muito bom, talvez melhor que o volume 1, que espero digitalizar e postar também uma hora dessas. Abre com outra do Império, em homenagem à Carmen Miranda. Elis Regina, César, Luizão e cia no melhor estilo. Ivan Lins, Nara Leão, Jair Rodrigues, Claudete Soares, MPB-4, Simonal, Jorge Ben, Claudia Regina, Abílio Martins e Tobias completam o time de intérpretes. Cada arranjo têm uma sonoridade específica, alguns mais arrojados, alguns mais tradicionais. Não é um disco de escola de samba, de batucada, mas também não falta suingue.

Tá tudo aqui. Divirta-se!